sábado, 26 de fevereiro de 2011

Atalhos


Fico aqui pegando um atalho
Juntando os retalhos
Os retalhos que restaram

Os fios que soltam
Me deixam sem ação
Presa sem poder voar

Uma vida que vivia a lutar
Caminhou, deixou raízes
Hoje vive num vazio total
Está presa, cega
Sem poder voar

As vezes caminhando
Me embaralho, fico confusa
Ao juntar os retalhos
Dando passos, seguindo em atalhos
Me pego sem forças
Chorando

Histórias e mais histórias
Poderiam ter tido continuação
Mas foram interrompidas
Por Seres sem escrúpulos

Teias e mais teias assombraram minha alma
Me tirou a vida
O brilho
Os sonhos
A calma

De voar, desisti
Alguns retalhos ficaram sem emendar
Deixando meu coração triste
Minha mente doente
Meus olhos a chorar
Então, fico aqui sem sorrir

Em meu Ser, havia tantos sonhos
Retalhos e mais retalhos foram emendados com carinho
Retalhos e mais retalhos foram perdidos
Desconsiderados
Jogados fora

Os retalhos se transformaram em pedras
Os sonhos impedidos voaram
E assim, o que restou deste Ser
Foi um pequenino retalho
Que precisa sempre pegar um atalho
Para viver
Para não se deparar com as pedras

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